terça-feira, 24 de novembro de 2009

Debatendo Nora

Nesta quinta-feira, dia 26/11 nós, da Cia Temporária de Investigação Cênica, teremos convidados especiais.

Iniciaremos junto com Lúcia Romano (Cia Livre) e Daniele Ricieri (Atuadoras)um ciclo de debates sobre Mulher. E, tendo artistas como convidadas, o tema de quinta é "Mulheres na Arte"!.

O debate vai acontecer logo depois da peça "E Agora, Nora?!" e eu já estou bem ansiosa. Depois que ele acontecer, volto aqui para relatar como foi e já anunciar o próximo encontro com nossas próximas convidadas!!

DEBATE "MULHERES NA ARTE" com Lúcia Romano e Daniele Ricieri.
Dia 26/11, após a apresentação de "E Agora, Nora?!".
SALA EXPERIMENTAL PLÍNIO MARCOS DO TUSP – 20hs - Teatro da USP – Rua Maria Antônia 294 – Consolação. Telefone: (11) 3255-1782.
PREÇO PROMOCIONAL DA PEÇA PARA OS DIAS DE DEBATE: R$ 5,00

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Estréia de aniversário

Hoje, no meu aniversário, eu estreiei como colunista.
Foi uma correria para escrever o texto a tempo da estréia do site-blog (que estreiou sem mim ontem!).
Se quiserem dar uma olhada no site: Culturaria.

E aí vai meu primeiro texto:


Teatro na contramão do trânsito de São Paulo
por Júlia Novaes


Depois de uma semana de caos, com falta de energia, falta de água, calor, chuvas e claro, como de costume, um trânsito horrível na cidade de São Paulo, eu resolvi escrever sobre uma luz no fim desse túnel.

“Cordel do Amor Sem Fim” é um espetáculo de teatro que tem suas últimas apresentações dia 18 e 19 de novembro, quarta e quinta, às 21hs. O local? Um ônibus urbano com saída no TUSP.

A companhia que criou esse projeto, assim como acontece frequentemente em São Paulo, se juntou por afinidade de gostos. Os membros da Trupe Sinhá Zózima se conheceram em um curso profissionalizante de teatro e, desde a formatura estão juntos. Parece que, na contramão desse nosso mundo de competição, o grupo faz o projeto ficar mais forte. Eles dividem tudo, desde a criação do espetáculo à pesquisa geral da Trupe, sempre em cima das ideias de regionalismo, cotidiano e a universalidade dos sentimentos e emoções humanas. Além da concepção, da escolha do espetáculo e do material humano e profissional que os integrantes trazem para a Trupe, eles também dividem a produção: da parte administrativa à financeira. Hoje, depois de dois anos juntos, os seis integrantes da Trupe já conhecem a facilidade e as preferências que cada artista tem no trabalho mais burocrático da produção, mas todos eles já fizeram um pouco de tudo. Assim, todos os artistas sabem tudo o que é preciso para que o espetáculo saia das ideias e entre no mundo real.

Essa sintonia surgiu da mesma vontade: a de explorar o contato com o público e com o espaço. Para isso, a Trupe começou em bares noturnos, passando para o ônibus urbano e até mesmo supermercados. Mas essas intervenções fizeram os integrantes da Trupe decidirem que o que eles procuravam era fazer um espetáculo em movimento e, por isso, a escolha final pelo ônibus urbano. Claro que essa ideia trouxe diversas dificuldades. Uma delas, para dar um exemplo, é a dificuldade de classificar a peça para editais e festivais por ela não se caracterizar nem como teatro de rua nem como “teatro no teatro”. É inacreditável que uma ideia tão boa não tenha espaço simplesmente por não se enquadrar nesse tipo de classificação.

E a Trupe já tem dois espetáculos nas costas (“Cordel do Amor Sem Fim” e “Valsa nº 6”, que eu ainda não assisti, mas espero que não demore a voltar em cartaz!), ambos dentro do ônibus urbano. Essa escolha por um ônibus como todos os outros nos quais nos deslocamos do trabalho para casa e de casa para o trabalho é simples. É para mexer com o cotidiano das pessoas: “a estratégia de realizar um trabalho cênico dentro de um ônibus em movimento é a de aproveitar o texto, que tem um tempo muito diferente do tempo da metrópole, e promover este choque entre a realidade e a ficção sendo vivenciada pelos passageiros em tempo real”, me explicaram os integrantes da Trupe Sinhá Zózima.

E, claro, a primeira coisa que pensei foi como esse choque entre o tráfego e a cidade interfere na cidade. É preciso estar lá para entender como eles lidam com o barulho do trânsito, do motor, das pessoas, com o contato com as pessoas que estão fora do ônibus, mas observando o que se passa lá dentro, com a encenação na rua e no ônibus, com as pessoas que estão dentro do ônibus e são observadas pelas pessoas de fora etc. Mesmo assim, a viagem me deixou tranquila. Acho que é porque, como eles mesmos me explicaram, o ônibus é um elemento que já faz parte do dia a dia. Se sentir à vontade nele é fácil até para quem não tem costume de ir ao teatro.

Mas ao entrar nesse ônibus, mais do que um trajeto pelo centro da cidade ou por onde quer que ele passe, a Trupe nos oferece um espetáculo delicado que conta a espera de Teresa por Antônio, seu amado, que promete voltar à cidade dela. “Cordel do Amor Sem Fim” é uma viagem em uma história de amor. Até o trânsito vale a pena.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Segunda semana

Revisão.
Na semana retrasada eu pintei 3 portas, 3 mesas e 3 bancos de branco. Eu ensaiei tardes a fio, eu fiz 4 espetáculos seguidos do DNA na Cultura Inglesa de Pinheiros para o projeto "Femsa leva" e depois, no mesmo dia, fui para o centro costurar bonecas de plástico em um voal.

Estreiamos.
Pouquissima gente. É uma pena, porque a peça caiu como uma luva no espaço (ou será que foi o espaço que caiu como uma luva para nós?). Nos divertimos ao fazer a peça já mais madura e pronta, depois de tanto trabalho.

De percaussos, foram poucos: quase cai de um banco (quando fico de pé nele em um salto alto) e alguns tropeços de segundo dia. Mas nada que abale a peça: todo dia a mesma, mas sempre diferente.

Ficamos chocadas com esse caso da estudante da Uniban (e ainda estamos) e como, pode se dizer que infelizmente, o assunto da nossa peça ainda é tão atual.

Queremos falar: estamos organizando debates que logo serão divulgados aqui também.

E pra quem quiser assitir:



"E Agora, Nora?!"
De 04/11 a 17/12
Quartas e Quintas, 20h.
Sala experimental Plínio Marcos
TUSP
(R Maria Antônia, 294)