Durante essas últimas semanas, a Cia Temporária de Investigação Cênica criou um ciclo de debates.
Como eu já havia apresentado o primeiro, vou fazer aqui uma revisão pra deixar um registro de como eles foram, ao menos por fotos...
“Mulheres na Arte”. Debate com as convidadas: Lúcia Romano da Cia Livre, Daniele Ricieri do grupo As Atuadoras, Fernanda Azevedo da Companhia Kiwi de Teatro e Roberta Estrela D'alva do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos.
Aqui, Daniele Ricieri do grupo As Atuadoras e Fernanda Azevedo da Companhia Kiwi de Teatro.
Nesta, Lúcia Romano, da Cia Livre e um participante do debate.
E, por último, aqui estão Roberta Estrela D'Alva, do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos e a Sofia Boito, da Cia Temporária de Investigação Cênica, iluminadora da peça e também minha colega de palco.
“Mulher e organizações políticas e socias"; com as convidadas: Camila Furchi, integrante equipe técnica da SOF – Sempreviva Organização Feminista e militante da Marcha Mundial das Mulheres e com Luciana Vizzotto e Cristiane Toledo do Movimento Pão e Rosas.
Aqui estão Luciana Vizzotto e Cristiane Toledo do Movimento Pão e Rosas.
E, aqui, Joana Dória e Sofia Boito, ambas da Cia Temporária; uma participante do debate e Camila Furchi, da SOF e também militante da Marcha Mundial das Mulheres.
O terceiro e, infelizmente, último debate foi uma conversa sobre "A trajetória da representação do corpo feminino ao longo dos tempos", com a Prof. Dra. Denise Sant'Anna, da PUC-SP.
As fotos desse último debate, que aconteceu ontem, eu ainda não tenho! Mas logo mais eu publico aqui!
Ah sim: só lembrando que semana que vem é a ÚLTIMA SEMANA da peça “E Agora, Nora?!”.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Debatendo Nora
Nesta quinta-feira, dia 26/11 nós, da Cia Temporária de Investigação Cênica, teremos convidados especiais.
Iniciaremos junto com Lúcia Romano (Cia Livre) e Daniele Ricieri (Atuadoras)um ciclo de debates sobre Mulher. E, tendo artistas como convidadas, o tema de quinta é "Mulheres na Arte"!.
O debate vai acontecer logo depois da peça "E Agora, Nora?!" e eu já estou bem ansiosa. Depois que ele acontecer, volto aqui para relatar como foi e já anunciar o próximo encontro com nossas próximas convidadas!!
DEBATE "MULHERES NA ARTE" com Lúcia Romano e Daniele Ricieri.
Dia 26/11, após a apresentação de "E Agora, Nora?!".
SALA EXPERIMENTAL PLÍNIO MARCOS DO TUSP – 20hs - Teatro da USP – Rua Maria Antônia 294 – Consolação. Telefone: (11) 3255-1782.
PREÇO PROMOCIONAL DA PEÇA PARA OS DIAS DE DEBATE: R$ 5,00
Iniciaremos junto com Lúcia Romano (Cia Livre) e Daniele Ricieri (Atuadoras)um ciclo de debates sobre Mulher. E, tendo artistas como convidadas, o tema de quinta é "Mulheres na Arte"!.
O debate vai acontecer logo depois da peça "E Agora, Nora?!" e eu já estou bem ansiosa. Depois que ele acontecer, volto aqui para relatar como foi e já anunciar o próximo encontro com nossas próximas convidadas!!
DEBATE "MULHERES NA ARTE" com Lúcia Romano e Daniele Ricieri.
Dia 26/11, após a apresentação de "E Agora, Nora?!".
SALA EXPERIMENTAL PLÍNIO MARCOS DO TUSP – 20hs - Teatro da USP – Rua Maria Antônia 294 – Consolação. Telefone: (11) 3255-1782.
PREÇO PROMOCIONAL DA PEÇA PARA OS DIAS DE DEBATE: R$ 5,00
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Estréia de aniversário
Hoje, no meu aniversário, eu estreiei como colunista.
Foi uma correria para escrever o texto a tempo da estréia do site-blog (que estreiou sem mim ontem!).
Se quiserem dar uma olhada no site: Culturaria.
E aí vai meu primeiro texto:
Teatro na contramão do trânsito de São Paulo
por Júlia Novaes
Depois de uma semana de caos, com falta de energia, falta de água, calor, chuvas e claro, como de costume, um trânsito horrível na cidade de São Paulo, eu resolvi escrever sobre uma luz no fim desse túnel.
“Cordel do Amor Sem Fim” é um espetáculo de teatro que tem suas últimas apresentações dia 18 e 19 de novembro, quarta e quinta, às 21hs. O local? Um ônibus urbano com saída no TUSP.
A companhia que criou esse projeto, assim como acontece frequentemente em São Paulo, se juntou por afinidade de gostos. Os membros da Trupe Sinhá Zózima se conheceram em um curso profissionalizante de teatro e, desde a formatura estão juntos. Parece que, na contramão desse nosso mundo de competição, o grupo faz o projeto ficar mais forte. Eles dividem tudo, desde a criação do espetáculo à pesquisa geral da Trupe, sempre em cima das ideias de regionalismo, cotidiano e a universalidade dos sentimentos e emoções humanas. Além da concepção, da escolha do espetáculo e do material humano e profissional que os integrantes trazem para a Trupe, eles também dividem a produção: da parte administrativa à financeira. Hoje, depois de dois anos juntos, os seis integrantes da Trupe já conhecem a facilidade e as preferências que cada artista tem no trabalho mais burocrático da produção, mas todos eles já fizeram um pouco de tudo. Assim, todos os artistas sabem tudo o que é preciso para que o espetáculo saia das ideias e entre no mundo real.
Essa sintonia surgiu da mesma vontade: a de explorar o contato com o público e com o espaço. Para isso, a Trupe começou em bares noturnos, passando para o ônibus urbano e até mesmo supermercados. Mas essas intervenções fizeram os integrantes da Trupe decidirem que o que eles procuravam era fazer um espetáculo em movimento e, por isso, a escolha final pelo ônibus urbano. Claro que essa ideia trouxe diversas dificuldades. Uma delas, para dar um exemplo, é a dificuldade de classificar a peça para editais e festivais por ela não se caracterizar nem como teatro de rua nem como “teatro no teatro”. É inacreditável que uma ideia tão boa não tenha espaço simplesmente por não se enquadrar nesse tipo de classificação.
E a Trupe já tem dois espetáculos nas costas (“Cordel do Amor Sem Fim” e “Valsa nº 6”, que eu ainda não assisti, mas espero que não demore a voltar em cartaz!), ambos dentro do ônibus urbano. Essa escolha por um ônibus como todos os outros nos quais nos deslocamos do trabalho para casa e de casa para o trabalho é simples. É para mexer com o cotidiano das pessoas: “a estratégia de realizar um trabalho cênico dentro de um ônibus em movimento é a de aproveitar o texto, que tem um tempo muito diferente do tempo da metrópole, e promover este choque entre a realidade e a ficção sendo vivenciada pelos passageiros em tempo real”, me explicaram os integrantes da Trupe Sinhá Zózima.
E, claro, a primeira coisa que pensei foi como esse choque entre o tráfego e a cidade interfere na cidade. É preciso estar lá para entender como eles lidam com o barulho do trânsito, do motor, das pessoas, com o contato com as pessoas que estão fora do ônibus, mas observando o que se passa lá dentro, com a encenação na rua e no ônibus, com as pessoas que estão dentro do ônibus e são observadas pelas pessoas de fora etc. Mesmo assim, a viagem me deixou tranquila. Acho que é porque, como eles mesmos me explicaram, o ônibus é um elemento que já faz parte do dia a dia. Se sentir à vontade nele é fácil até para quem não tem costume de ir ao teatro.
Mas ao entrar nesse ônibus, mais do que um trajeto pelo centro da cidade ou por onde quer que ele passe, a Trupe nos oferece um espetáculo delicado que conta a espera de Teresa por Antônio, seu amado, que promete voltar à cidade dela. “Cordel do Amor Sem Fim” é uma viagem em uma história de amor. Até o trânsito vale a pena.
Foi uma correria para escrever o texto a tempo da estréia do site-blog (que estreiou sem mim ontem!).
Se quiserem dar uma olhada no site: Culturaria.
E aí vai meu primeiro texto:
Teatro na contramão do trânsito de São Paulo
por Júlia Novaes
Depois de uma semana de caos, com falta de energia, falta de água, calor, chuvas e claro, como de costume, um trânsito horrível na cidade de São Paulo, eu resolvi escrever sobre uma luz no fim desse túnel.
“Cordel do Amor Sem Fim” é um espetáculo de teatro que tem suas últimas apresentações dia 18 e 19 de novembro, quarta e quinta, às 21hs. O local? Um ônibus urbano com saída no TUSP.
A companhia que criou esse projeto, assim como acontece frequentemente em São Paulo, se juntou por afinidade de gostos. Os membros da Trupe Sinhá Zózima se conheceram em um curso profissionalizante de teatro e, desde a formatura estão juntos. Parece que, na contramão desse nosso mundo de competição, o grupo faz o projeto ficar mais forte. Eles dividem tudo, desde a criação do espetáculo à pesquisa geral da Trupe, sempre em cima das ideias de regionalismo, cotidiano e a universalidade dos sentimentos e emoções humanas. Além da concepção, da escolha do espetáculo e do material humano e profissional que os integrantes trazem para a Trupe, eles também dividem a produção: da parte administrativa à financeira. Hoje, depois de dois anos juntos, os seis integrantes da Trupe já conhecem a facilidade e as preferências que cada artista tem no trabalho mais burocrático da produção, mas todos eles já fizeram um pouco de tudo. Assim, todos os artistas sabem tudo o que é preciso para que o espetáculo saia das ideias e entre no mundo real.
Essa sintonia surgiu da mesma vontade: a de explorar o contato com o público e com o espaço. Para isso, a Trupe começou em bares noturnos, passando para o ônibus urbano e até mesmo supermercados. Mas essas intervenções fizeram os integrantes da Trupe decidirem que o que eles procuravam era fazer um espetáculo em movimento e, por isso, a escolha final pelo ônibus urbano. Claro que essa ideia trouxe diversas dificuldades. Uma delas, para dar um exemplo, é a dificuldade de classificar a peça para editais e festivais por ela não se caracterizar nem como teatro de rua nem como “teatro no teatro”. É inacreditável que uma ideia tão boa não tenha espaço simplesmente por não se enquadrar nesse tipo de classificação.
E a Trupe já tem dois espetáculos nas costas (“Cordel do Amor Sem Fim” e “Valsa nº 6”, que eu ainda não assisti, mas espero que não demore a voltar em cartaz!), ambos dentro do ônibus urbano. Essa escolha por um ônibus como todos os outros nos quais nos deslocamos do trabalho para casa e de casa para o trabalho é simples. É para mexer com o cotidiano das pessoas: “a estratégia de realizar um trabalho cênico dentro de um ônibus em movimento é a de aproveitar o texto, que tem um tempo muito diferente do tempo da metrópole, e promover este choque entre a realidade e a ficção sendo vivenciada pelos passageiros em tempo real”, me explicaram os integrantes da Trupe Sinhá Zózima.
E, claro, a primeira coisa que pensei foi como esse choque entre o tráfego e a cidade interfere na cidade. É preciso estar lá para entender como eles lidam com o barulho do trânsito, do motor, das pessoas, com o contato com as pessoas que estão fora do ônibus, mas observando o que se passa lá dentro, com a encenação na rua e no ônibus, com as pessoas que estão dentro do ônibus e são observadas pelas pessoas de fora etc. Mesmo assim, a viagem me deixou tranquila. Acho que é porque, como eles mesmos me explicaram, o ônibus é um elemento que já faz parte do dia a dia. Se sentir à vontade nele é fácil até para quem não tem costume de ir ao teatro.
Mas ao entrar nesse ônibus, mais do que um trajeto pelo centro da cidade ou por onde quer que ele passe, a Trupe nos oferece um espetáculo delicado que conta a espera de Teresa por Antônio, seu amado, que promete voltar à cidade dela. “Cordel do Amor Sem Fim” é uma viagem em uma história de amor. Até o trânsito vale a pena.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Segunda semana
Revisão.
Na semana retrasada eu pintei 3 portas, 3 mesas e 3 bancos de branco. Eu ensaiei tardes a fio, eu fiz 4 espetáculos seguidos do DNA na Cultura Inglesa de Pinheiros para o projeto "Femsa leva" e depois, no mesmo dia, fui para o centro costurar bonecas de plástico em um voal.
Estreiamos.
Pouquissima gente. É uma pena, porque a peça caiu como uma luva no espaço (ou será que foi o espaço que caiu como uma luva para nós?). Nos divertimos ao fazer a peça já mais madura e pronta, depois de tanto trabalho.
De percaussos, foram poucos: quase cai de um banco (quando fico de pé nele em um salto alto) e alguns tropeços de segundo dia. Mas nada que abale a peça: todo dia a mesma, mas sempre diferente.
Ficamos chocadas com esse caso da estudante da Uniban (e ainda estamos) e como, pode se dizer que infelizmente, o assunto da nossa peça ainda é tão atual.
Queremos falar: estamos organizando debates que logo serão divulgados aqui também.
E pra quem quiser assitir:
"E Agora, Nora?!"
De 04/11 a 17/12
Quartas e Quintas, 20h.
Sala experimental Plínio Marcos
TUSP
(R Maria Antônia, 294)
Na semana retrasada eu pintei 3 portas, 3 mesas e 3 bancos de branco. Eu ensaiei tardes a fio, eu fiz 4 espetáculos seguidos do DNA na Cultura Inglesa de Pinheiros para o projeto "Femsa leva" e depois, no mesmo dia, fui para o centro costurar bonecas de plástico em um voal.
Estreiamos.
Pouquissima gente. É uma pena, porque a peça caiu como uma luva no espaço (ou será que foi o espaço que caiu como uma luva para nós?). Nos divertimos ao fazer a peça já mais madura e pronta, depois de tanto trabalho.
De percaussos, foram poucos: quase cai de um banco (quando fico de pé nele em um salto alto) e alguns tropeços de segundo dia. Mas nada que abale a peça: todo dia a mesma, mas sempre diferente.
Ficamos chocadas com esse caso da estudante da Uniban (e ainda estamos) e como, pode se dizer que infelizmente, o assunto da nossa peça ainda é tão atual.
Queremos falar: estamos organizando debates que logo serão divulgados aqui também.
E pra quem quiser assitir:
"E Agora, Nora?!"
De 04/11 a 17/12
Quartas e Quintas, 20h.
Sala experimental Plínio Marcos
TUSP
(R Maria Antônia, 294)
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Confluências
As coisas andam tão rápido que parece loucura. Por isso andei sumida da internet.
A re-estréia de “E Agora Nora?!”, o bazar que fizemos para tentar arrecadar fundos para a companhia, a estréia de “Os gigantes da Montanha”, as apresentações de DNA para o projeto “Femsa leva”...
Porque será que tudo resolve acontecer ao mesmo tempo?!
Parece que é reclamação, mas não é. É só um desabafo de cansaço.
Pronto.
Agora dá pra voltar ao trabalho.
A re-estréia de “E Agora Nora?!”, o bazar que fizemos para tentar arrecadar fundos para a companhia, a estréia de “Os gigantes da Montanha”, as apresentações de DNA para o projeto “Femsa leva”...
Porque será que tudo resolve acontecer ao mesmo tempo?!
Parece que é reclamação, mas não é. É só um desabafo de cansaço.
Pronto.
Agora dá pra voltar ao trabalho.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Bate-Papo no Sesc
Segunda e terça desta semana fizemos 3 apresentações de Bate-Papo no Sesc Pompéia. As apresentações que seriam só para o projeto Alta Voltagem (projeto voltado para jovens) foi aberta ao público tão em cima da hora que não consegui chamar ninguém. Uma pena.
Engraçado como esse tipo de apresentação cria um vinculo emocional. Eu frequento o Sesc Pompéia desde que me conheço por gente. Vi centenas de shows, exposições, peças, eventos. Até o Homem-Aranha eu conheci lá! E poder me apresentar lá foi muito bom.
Também, depois da peça, conversamos com os adolescentes. É emocionante ouvir coisas como "nunca tinha visto uma peça que falasse tão diretamente comigo, da minha vida". Ao mesmo tempo, ouvimos coisas muito estranhas como "não tem nada pelo que eu acho que vale a pena lutar". Faz a gente se sentir velho e ao mesmo tempo se identificar com essa gente descrente do mundo. E estar ali, faz a gente sentir que não só já estamos fazendo alguma coisa como também eles estão. É reconfortante e ao mesmo tempo dá uma ansiedade por poder fazer mais isso. Nós levamos o teatro até eles e eles saíram inspirados pra nos procurar também. Quem sabe essa inspiração vire hábito...
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Gigantes
"Estar aqui, Condessa, é o mesmo que estar nas bordas da vida! As bordas, a um comando, se separam: entra o invisível; propagam-se os fantasmas. É natural. Surge o que é comum no sonho. Eu faço com que aconteça também na vigília. Está tudo aqui. O sonho, a música, a oração, o amor... todo o infinito que há nos homens, a senhora poderá encontrar dentro e ao redor desta vila".
Ontem, levantamos o último ato de "Os gigantes da montanha" de Luigi Pirandello.
O Robeto resolveu abolir personas e personagens e explodir a narrativa. Afinal:
"O que importa, antes de mais nada, é a magia; quer dizer, criar a atração da fábula".
E quem vai discutir com Pirandello?
Ontem, levantamos o último ato de "Os gigantes da montanha" de Luigi Pirandello.
O Robeto resolveu abolir personas e personagens e explodir a narrativa. Afinal:
"O que importa, antes de mais nada, é a magia; quer dizer, criar a atração da fábula".
E quem vai discutir com Pirandello?
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Internetês
Ontem, durante uma palestra de Léa Penteado, aprendi algo muito importante:
"Não adianta só por o ovo, tem que cacarejar".
Assim, retomo esse blog como meu mais novo caderno virtual de ensaio e com o objetivo de não deixa-lo aos ácaros virtuais novamente!
Até amanhã.
"Não adianta só por o ovo, tem que cacarejar".
Assim, retomo esse blog como meu mais novo caderno virtual de ensaio e com o objetivo de não deixa-lo aos ácaros virtuais novamente!
Até amanhã.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Bibliografia
Já é o último fim de semana da peça...
O início do semestre é sempre como se começasse um novo ano. Mas isso quase nunca quer dizer férias.
Nora ainda vai andar bastante por aí.
Cidadania, Bate-Papo e DNA também tem dias contados... Ao menos para longas temporadas em 2009.
De novidades, agora a Cia Temporária tem grupo de estudos.
E começamos com:
Murakami, Kawabata, Hirokazu, Miranda July, Sophie Calle, Novarro e Paul Klee.
As coisas parecem um pouco distantes agora mas aos poucos as coisas se revelam.
E Agora Nora?!
Até dia 30/08.
Sexta, sábado e domingo, 21hs.
Casa Livre - R. Pirineus 107.
Cidadania
Última apresentação 29/08, 18hs.
Cultura Inglesa - R. Deputado Lacerda Franco, 333.
Bate-Papo
Última apresentação 30/08, 17h30.
Cultura Inglesa - R. Deputado Lacerda Franco, 333.
DNA
Até dia 13/09.
Sábado e domingo, 18hs e 17h30.
Cultura Inglesa - R. Deputado Lacerda Franco, 333.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Coisa de Mulher
Durante um processo de pesquisa, muitas coisas aparecem. E quando aparece você?
Quando a gente olha pra fora e pra dentro, quando a gente se expõe de um modo inimaginável, quando nos colocamos desnudadas no palco. Ser nosso objeto de pesquisa e de exposição sem ser objeto é muito complexo. Depor é muito complexo. Acho que somos muito complexos.
O texto é um pouco longo, mas taí um desses pensamentos pontuais que se passam quando penso em mim mesma e em mim como mulher (outro ponto da nossa pesquisa):
Fui criada pra ser uma pessoa e não uma mulher.
Eu fui criada pra ser independente, pra ter sucesso no trabalho, pra cuidar de mim e não precisar de alguém.
E me deparo precisando o tempo todo.
De um homem.
Não quero me casar mas não seria nada mal chegar em casa e ter alguém lá.
Uso tênis e não gosto de batom mas pinto meu cabelo e me depilo com cera quente.
Não sou viciada, na verdade nem gosto de fazer exercícios mas tenho medo de ser gorda.
Tenho a pele clara e meu médico me mandou usar protetor solar: previne câncer e rugas.
Queria ser muito atraente mas não queria que minhas conquistas tivessem a ver com meu poder de sedução.
È isso que é ser mulher?
É simplesmente uma diferença biológica ou realmente as mulheres são mais abertas, mais profundas, mais sensíveis, mais empáticas... e eu devo abdicar das diferenças em prol de ser uma pessoa ou existe um lugar diferente no mundo pras mulheres?
A sedução, o relacionamento, a procriação, a criação... tudo isso é parte de mim ou é obrigação minha?
Sou eu que tenho que estar sempre jovem, sempre arrumada, pintar minha cara, cuidar da minha pele, ficar magra? E pra que? Pra quem? Pra mim? Pra ele?
Sou eu quem tem que se preocupar em seduzir, em não deixar o relacionamento esfriar, em existir um “próximo passo”, em ter que discutir relação? Ou se espera isso de mim?
Sou eu que preciso afirmar que quero dividir a conta do jantar, do cinema, de telefone? Eu preciso ficar envergonhada quando querem me pagar o encontro? Ou eu preciso aceitar isso em prol de um cavalheirismo e uma gentileza porque sou mulher?
Eu preciso cuidar do meu corpo pra não ficar doente ou eu preciso cuidar do meu corpo pra estar sempre “em forma”? Em forma de quê? Na forma da capa da revista? Na forma da tela da tevê?
Eu quero tanto achar meu lugar no mundo, minha essência, meu diferencial... e pra um lado ou pra outro só me fazem ser igual. Tenho que ser igual aos homens. Tenho que ser igual às mulheres.
Tenho que ser bem sucedida, tenho que ganhar bem, tenho que pensar em ter filhos, tenho que acabar com as celulites. E mesmo assim, tenho a sensação de faltar alguma coisa. Falta descobrir o que é isso que me faz mulher e não homem.
Preciso admitir que quero sim ter um homem que me ame. Que eu quero sim que ele se ofereça pra abrir a porta ou carregar minha bolsa. E que eu quero sim me maquiar pra sair no sábado a noite. E que eu quero ser a mulher mais linda do universo pro meu namorado mesmo que tenha culote ou celulite, mesmo com remela nos olhos e cabelos desgrenhados de manhã. Quero que ele queira ter filhos e também que queira adotar um, apesar desse sonho ser meu e não dele. E que ele ame nosso filho de criação como amaria um de sangue. E quero pagar metade das contas com meu dinheiro. E quero ser admirada no meu trabalho. E quero ter sucesso no que eu faço. E quero trabalhar duzentas horas e ter fôlego pra sair pra dançar. E quero sair pra beber e ser paquerada por estranhos e poder dizer pra eles que não, obrigada, não estou interessada neles. E quero falar mal do meu namorado e dos homens em geral e também, ou ao mesmo tempo, que minhas amigas gostem dele. Quero sustentar meus filhos e ainda animais de estimação. Quero poder ajudar de fato a sociedade, seja com fundos para instituições pertinentes seja mesmo na política. Quero poder envelhecer sem me sentir mal, ou feia, ou que eu passei do tempo, ou mal amada.
Falta alguma coisa porque eu quero tudo.
*Depoimento para o processo de "E Agora Nora" com a Cia Temporária de Investigação Cênica.
Quando a gente olha pra fora e pra dentro, quando a gente se expõe de um modo inimaginável, quando nos colocamos desnudadas no palco. Ser nosso objeto de pesquisa e de exposição sem ser objeto é muito complexo. Depor é muito complexo. Acho que somos muito complexos.
O texto é um pouco longo, mas taí um desses pensamentos pontuais que se passam quando penso em mim mesma e em mim como mulher (outro ponto da nossa pesquisa):
Fui criada pra ser uma pessoa e não uma mulher.
Eu fui criada pra ser independente, pra ter sucesso no trabalho, pra cuidar de mim e não precisar de alguém.
E me deparo precisando o tempo todo.
De um homem.
Não quero me casar mas não seria nada mal chegar em casa e ter alguém lá.
Uso tênis e não gosto de batom mas pinto meu cabelo e me depilo com cera quente.
Não sou viciada, na verdade nem gosto de fazer exercícios mas tenho medo de ser gorda.
Tenho a pele clara e meu médico me mandou usar protetor solar: previne câncer e rugas.
Queria ser muito atraente mas não queria que minhas conquistas tivessem a ver com meu poder de sedução.
È isso que é ser mulher?
É simplesmente uma diferença biológica ou realmente as mulheres são mais abertas, mais profundas, mais sensíveis, mais empáticas... e eu devo abdicar das diferenças em prol de ser uma pessoa ou existe um lugar diferente no mundo pras mulheres?
A sedução, o relacionamento, a procriação, a criação... tudo isso é parte de mim ou é obrigação minha?
Sou eu que tenho que estar sempre jovem, sempre arrumada, pintar minha cara, cuidar da minha pele, ficar magra? E pra que? Pra quem? Pra mim? Pra ele?
Sou eu quem tem que se preocupar em seduzir, em não deixar o relacionamento esfriar, em existir um “próximo passo”, em ter que discutir relação? Ou se espera isso de mim?
Sou eu que preciso afirmar que quero dividir a conta do jantar, do cinema, de telefone? Eu preciso ficar envergonhada quando querem me pagar o encontro? Ou eu preciso aceitar isso em prol de um cavalheirismo e uma gentileza porque sou mulher?
Eu preciso cuidar do meu corpo pra não ficar doente ou eu preciso cuidar do meu corpo pra estar sempre “em forma”? Em forma de quê? Na forma da capa da revista? Na forma da tela da tevê?
Eu quero tanto achar meu lugar no mundo, minha essência, meu diferencial... e pra um lado ou pra outro só me fazem ser igual. Tenho que ser igual aos homens. Tenho que ser igual às mulheres.
Tenho que ser bem sucedida, tenho que ganhar bem, tenho que pensar em ter filhos, tenho que acabar com as celulites. E mesmo assim, tenho a sensação de faltar alguma coisa. Falta descobrir o que é isso que me faz mulher e não homem.
Preciso admitir que quero sim ter um homem que me ame. Que eu quero sim que ele se ofereça pra abrir a porta ou carregar minha bolsa. E que eu quero sim me maquiar pra sair no sábado a noite. E que eu quero ser a mulher mais linda do universo pro meu namorado mesmo que tenha culote ou celulite, mesmo com remela nos olhos e cabelos desgrenhados de manhã. Quero que ele queira ter filhos e também que queira adotar um, apesar desse sonho ser meu e não dele. E que ele ame nosso filho de criação como amaria um de sangue. E quero pagar metade das contas com meu dinheiro. E quero ser admirada no meu trabalho. E quero ter sucesso no que eu faço. E quero trabalhar duzentas horas e ter fôlego pra sair pra dançar. E quero sair pra beber e ser paquerada por estranhos e poder dizer pra eles que não, obrigada, não estou interessada neles. E quero falar mal do meu namorado e dos homens em geral e também, ou ao mesmo tempo, que minhas amigas gostem dele. Quero sustentar meus filhos e ainda animais de estimação. Quero poder ajudar de fato a sociedade, seja com fundos para instituições pertinentes seja mesmo na política. Quero poder envelhecer sem me sentir mal, ou feia, ou que eu passei do tempo, ou mal amada.
Falta alguma coisa porque eu quero tudo.
*Depoimento para o processo de "E Agora Nora" com a Cia Temporária de Investigação Cênica.
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Triologia: B, C, D.
DNA.
É a terceira peça: B, C, D.
Bate-papo, Cidadania e, agora, DNA.
Nunca tinha reparado nisso até o Tai me fazer rir com um copo de cerveja.
Cada peça foi uma experiência diferente pra mim.
Bate-papo foi um grupo muito novo, de gente querida, que acreditava quase ingenuamente naquilo que fazia. Éramos seis atores que acordávamos cedo e íamos ensaiar mesmo sem o diretor. A gente emprestou nossas roupas aos personagens e ficava triste quando alguém precisava ser substituído. Foi mesmo um debut pra muita gente. Tudo acontecia num ritmo maluco. Montar uma peça em dois meses? Não pareceu possível. Mas foi. No começo foi garra, depois, criamos tudo. Imagino como deve ser refazê-la hoje... É a menina dos meus olhos.
Cidadania foi um pouco mais difícil no começo. Meio áspero. Mais gente, mais correria. A trancos e barrancos, também saiu algo. Algo bom. A trajetória da peça em cartaz foi mais irregular... No fim, a despedida foi menos triste. Na verdade, foi bem divertida! Essa peça tem algo de especial... é como se ela tivesse nascido pra dirigir. A gente se divertia e ela nos levava e levava quem assistia. E ganhamos mais público, mais espaço...
DNA ainda está em cartaz (e vai ficar por mais tempo!). Já é um terceiro elenco. Da triologia só eu restei. Foi um processo e uma peça mais divertida. Pilhada. Um jogo gostoso de jogar. Tem muito a ver com o Bate-Papo, no tema. Mas é onde as coisas acontecem.
Nesse jeito “express” (e que pode deixar muita gente maluca) do Tuna levar as coisas a gente aprende muito: aprende a confiar em alguém que acabou de conhecer, aprende a se divertir e não se preocupar com o que não lhe cabe, aprende a relaxar quando tudo dá errado, aprende que sempre há uma maneira de se contar uma história. Acho que muita gente ia aprender muito se montasse uma peça em dois meses e ela ficasse um ano em cartaz. Não é fácil. Mas não é impossível. Estamos aí pra provar que quando a gente acredita e quer, as coisas dão certo.
DNA
(- de Dennis Kelly)
Direção de Tuna Serzedello
No Espaço do Satyros I (Pça Roosevelt, 214)
Todo sábado e domingo, 19hs, 20 dinheiros.
terça-feira, 12 de maio de 2009
"Oito anos que durará o luto não entrará nesta casa o vento da rua"
Esse sábado foi a estréia de A CASA DE BERNARDA ALBA.
Parece que tudo começou ontem. Minha amiga Julieta (escritora e diretora) estava fazendo um curso de dramaturgia no Club Noir com o Roberto Alvim. E durante uma semana ela me encheu dia e noite para que eu fizesse o curso de interpretação que eles oferecem lá. E eu resolvi fazer.
As aulas com a Juliana Galdino foram fantásticas.
Além de eu admirar muito o trabalho dela como atriz gosto da estética do Club Noir.
O Telescópio Hubble: são os 2/3 do universo que sabemos que existe, mas que não conseguimos ver. É isso que queremos ver lá. Os 2/3 do humano que sabemos que existe, mas que é impalpável, inefável. Então como é possível fazer essa parte que não pode ser falada ser vista e ouvida do palco? Boa pergunta. Talvez seja pretensão dizer que dá pra ver isso na nossa peça. Talvez seja só esperançoso.
Enfim.
A desaceleração, o desencobrimento, as sensações esfumaçadas na máscara, o tom da voz e a construção do sentido lógico das frases. Essas ferramentas eu acredito que estão mais claras. É a casa da família Alba em tom contemporâneo, sem atropelar a história, o clássico (e nem o Lorca).
A estréia... Pra mim, estréia é sempre estréia. As borboletas sempre aparecem na barriga. Mas foi um bom espetáculo. Acho que isso resume esse tempo de trabalho e a sensação dessa estréia: começamos com uma oficina e terminamos com um espetáculo.
A CASA DE BERNARDA ALBA
(- de F. G. Lorca)
Direção de Juliana Galdino
No Club Noir (Rua Augusta, 331)
Todo sábado, 21hs, entrada franca.
terça-feira, 5 de maio de 2009
A Mentira
Beata e Atriz.
Essa é a brincadeira com o nome da música do Chico: Beatriz.
A idéia desse blog é falar um pouco desse pedaço da vida, minha profissão. Claro que quem trabalha com arte sabe: o trabalho não é só parte da nossa vida, as vezes é a nossa vida. Ponto. Então as coisas se misturam.
E talvez seja por isso que eu me identifique tanto com essa música do Chico, que dá título aos meus escritos aqui.
Vou deixar a letra como início de tudo. Como inspiração, impressão e expressão...
BEATRIZ - Chico Buarque e Edu Lobo
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que ela é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva pra sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
Essa é a brincadeira com o nome da música do Chico: Beatriz.
A idéia desse blog é falar um pouco desse pedaço da vida, minha profissão. Claro que quem trabalha com arte sabe: o trabalho não é só parte da nossa vida, as vezes é a nossa vida. Ponto. Então as coisas se misturam.
E talvez seja por isso que eu me identifique tanto com essa música do Chico, que dá título aos meus escritos aqui.
Vou deixar a letra como início de tudo. Como inspiração, impressão e expressão...
BEATRIZ - Chico Buarque e Edu Lobo
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que ela é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva pra sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
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